A reflexão de Heidegger sobre a técnica permite-nos
pensar sobre a tecnologia na sociedade contemporânea, assim como a sua relação
com a natureza e com os próprios ambientes tecnológicos. Numa era em que a
extinção dos valores humanos dirige a humanidade a hipervalorização
técnico-científica.
Heidegger observa o seu tempo com a aguçada visão de
filósofo: tempo em que a razão foi limitada ao cientificismo; tempo em que o homem
se viu diminuído a “homem científico”.
Na era da
técnica, o homem tem a sensação que pode, facilmente, manipulá-la. Mas no ponto
de vista de Heidegger, o homem é manipulado por aquilo que cada vez mais tenta controlar.
A partir da
modernidade o homem entrega na ciência toda a resolução de seus problemas de
forma imediata. A técnica moderna segundo a conceção de Heidegger, é:
[...] um meio inventado e produzido pelos
homens, isto é, um instrumento de realização de fins industriais, no sentido
mais lato, propostos pelo homem. A técnica moderna é, enquanto instrumento em
questão, a aplicação prática da ciência moderna da natureza. A técnica
industrial fundada sobre a ciência moderna é um domínio particular no interior
da civilização moderna. A técnica moderna é a continuação progressiva,
gradualmente aperfeiçoada, da velha técnica artesanal segundo as possibilidades
fornecidas pela civilização moderna. A técnica moderna exige, enquanto
instrumento humano assim definido, ser igualmente colocada sob o controle do
homem e que o homem se assegure do domínio sobre ela assim como da sua própria
fabricação.
(HEIDEGGER, 1970, p. 15-16).
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