domingo, 17 de novembro de 2013

“A questão da técnica” de Martin Heidegger



A reflexão de Heidegger sobre a técnica permite-nos pensar sobre a tecnologia na sociedade contemporânea, assim como a sua relação com a natureza e com os próprios ambientes tecnológicos. Numa era em que a extinção dos valores humanos dirige a humanidade a hipervalorização técnico-científica.
Heidegger observa o seu tempo com a aguçada visão de filósofo: tempo em que a razão foi limitada ao cientificismo; tempo em que o homem se viu diminuído a “homem científico”.
Na era da técnica, o homem tem a sensação que pode, facilmente, manipulá-la. Mas no ponto de vista de Heidegger, o homem é manipulado por aquilo que cada vez mais tenta controlar.
A partir da modernidade o homem entrega na ciência toda a resolução de seus problemas de forma imediata. A técnica moderna segundo a conceção de Heidegger, é:
[...] um meio inventado e produzido pelos homens, isto é, um instrumento de realização de fins industriais, no sentido mais lato, propostos pelo homem. A técnica moderna é, enquanto instrumento em questão, a aplicação prática da ciência moderna da natureza. A técnica industrial fundada sobre a ciência moderna é um domínio particular no interior da civilização moderna. A técnica moderna é a continuação progressiva, gradualmente aperfeiçoada, da velha técnica artesanal segundo as possibilidades fornecidas pela civilização moderna. A técnica moderna exige, enquanto instrumento humano assim definido, ser igualmente colocada sob o controle do homem e que o homem se assegure do domínio sobre ela assim como da sua própria fabricação.
(HEIDEGGER, 1970, p. 15-16).



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