quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Conceito de pós-humano - OP_Era




Video: http://www.youtube.com/watch?v=qSUuYdDriKM



Os artistas Daniela Kutschat e Rejane Cantoni tem como principal projeto, o OP_ERA, que tem sido desenvolvido desde 1999. Este projeto abrange uma série ambientes de interação e imersão onde o corpo e a máquina se envolvem em experiências simbióticas explorando dimensões do espaço e sensações cognitivas.

Neste projeto foi criado um espaço concebido em tempo real que inclui corpo-som-imagem. Esta obra necessitou de desenvolvimento de um software para modelagem de dimensões sonoras e visuais. Entre os aparelhos utilizados, o interator usa óculos estereoscópicos e dispositivos de rastreamento para detetar a sua posição unindo a perceção sonora, espacial e visual com a sua movimentação.
Este ambiente virtual tem um espaço cúbico de projeção, formado por quatro telas de projeção que são controladas por um computador e uma interface para a deteção de posição e orientação. Este computador é projetado para controlar vários interatores, e uma interface 3D foi criada especialmente para esta aplicação.
Em 2004, são desenvolvidos três novas versões do projeto OP_ERA: OP_ERA: Hyperviews, OP_ERA: Haptic Interface e OP_ERA: Haptic Wall sendo artefactos que expressam o conceito de espaço em informação visual-tátil-sonora.

Laymert, acredita que há uma crise em relação às categorias do humanismo, atribuindo esta mudança ao conceito de pós-humano. Assim apresenta três perspetivas: uma é a via da singularidade, sendo esta a mais radical porque entende o pós-humano como uma superação do humano que literalmente o deixa para trás; a segunda que é o da transformação biotecnológica ou biogenética. Onde, não há uma superação do humano, mas sim a sua transformação; por fim a que Laymert acha mais interessante que considera que essas duas linhas constroem, ao lado da aceleração tecnocientífica e econômica, uma espécie de grande narrativa da obsolescência do humano e do futuro pós-humano.

Lucia Santaella menciona em relação a “O corpo plugado” […]São os usuários que se movem no ciberespaço enquanto seus corpos ficam plugados no computador para a entrada e saída de fluxos de informação. Quando os corpos estão plugados, apresentam sempre algum nível de imersão. […]Entretanto, quanto mais o sistema técnico for capaz de cativar os sentidos do usuário e bloquear os estímulos que vem do mundo exterior, mais o sistema é considerado imersivo.(Santella p. 202)

A ligação a RV com a arte é indicada pelo seu potencial para a expressão sensória. Surgindo um novo espaço para os artistas descobrirem padrões sensórios, projeções sensórias tecnicamente ampliadas; projeções de suas interações com os utilizadores.

Obras Citadas
Kutschat, D., & Cantoni, R. (s.d.). Enciclopédia Itaú Digital - Arte e tecnologia. Obtido em 15 de 01 de 2014, de http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=Daniela+Kutschat+e+Rejane+Cantoni
Santaella, L. (2003). Culturas e artes do pós-humano. Da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo, Paulus, .
SANTOS, L. G. (7 de 2005). Demasiadamente pós-humano. NOVOS ESTUDOS.

Conceito de Interestética - B//SIDE, Braga, Instalação de Arte Digital Generativa


B/SIDE Project site: http://jmartinho.net/b-side/

João Martinho Moura - B / SIDE - arte-final digital interativo para a cidade de Braga
Encomendado pela cidade de Braga, Portugal

Nesta obra deparamo-nos com uma instalação de arte generativa de grande dimensão ao ar livre, onde a interatividade permite a qualquer pessoa estabelecer um diálogo artístico-corporal, realizando uma imersão de figuras geométrica com a sua intervenção criativa.
Utilizando vídeo mapping e traking em tempo real, os movimentos do público captados na área dos sensores, resultam em projeções únicas geradas pelo seu próprio movimento. Movimento, imagem e música são sincronizados num efeito único e original, produzido exclusivamente por cada pessoa onde o público é o ator/artista.
Em relação ao conceito de interestética, podemos dizer que neste artefacto é a partir da interface com o interator que a obra pode se manifestar.
“[…] há uma relação de comutação entre o interator e a obra, uma vez que o computador necessita dos sinais do primeiro para, em seguida, processa-los e devolvê-los coma informações visuais, sonoras, etc. Nesse sentido, uma das características da obra interfaceada e que ela e uma arte do evento a ser vivido em tempo real: obra em processo, que, coma tal, enfatiza a transformação, a metamorfose, o fluxo e o constante processo do vir a ser.” (Arantes, p. 170)
Nesta obra de arte, está patente a capacidade comunicativa, de fluxos de informação entre domínios interfaceados, numa relação dinâmica e relacional.

Arantes, Priscila. Em busca de uma nova estética in @rte e mídia: perspectivas da estética digital. Editora Senac São Paulo, pp. 155-176, 2005. ISBN: 85-7359-452-7. Disponível em: http://elearning.uab.pt/pluginfile.php/83827/mod_forum/attachment/164054/Arte%20e%20m%C3%ADdia%20.pdf